Ontem, durante o jantar, o casal francês manifestava o seu fascínio pelo fado. A maioria dos presentes revirou os olhos... Eles riram-se e disseram que percebiam a reacção, é um pouco como estar em Paris e dizer que se adora a Piaf ou em Buenos Aires e amar-se tango. Alguns afirmaram que o fado hoje existe como produto de exportação. Outros que é um género apreciado por gerações mais velhas. Mas pouco a pouca a conversa foi mudando de tom e todos acabaram por afirmar, que gostando ou não, o fado acabava por corresponder a uma identidade nacional... e que, uns mais do que outros, acaba-se sempre por gostar de fado (não de uma canção em particular, mas daquilo que ele representa). Assim como em França, todos acabam por gostar da Piaf... e em Buenos Aires todos dançam o tango.
Pergunto-me porque é que temos tanta dificuldade em aceitar e acarinhar o que é nosso?