E assim vai Paris...

Desde que cheguei, já lá vai mais de uma semana, que me sinto um pouco a viver um sonho. Acordo de manhã e lá está a Tour Eiffel a dar-me os bons dias. Saio para a rua e é uma cidade linda que me cumprimenta. E as pessoas têm bom aspecto, com os seus casacos, chapéus e cachecóis. Tudo me alegra.

O estágio/curso é super interessante. Estamos na Université Dauphine e os temas tratados são da maior relevância para mim. O grupo (somos 25) é muito diversificado - 2 portugueses (eu incluído), 1 espanhola, 5 brasileiras, 1 eslovaca, 1 esloveno, 3 sírias (o que elas se odeiam, parece que são vão atirar umas às outras a qualquer momento), 1 do Haiti (sexagenária, ainda muito emocionada com as repercussões do sismo), 1 do Djibouti, 1 tunisino, 1 argelino, 2 colombianos, 2 húngaras, 1 belga, 1 do Gabão e 1 do Senegal... acho que é isso... bem as proveniências são as mais diversas, mas há um problema comum - falta de verbas para a cultura.

Embora o horário esteja bem preenchido, sobra sempre algum tempo... tive oportunidade de ir ao Musée Rodin que desconhecia completamente e fui porque tinha uns vídeos da Marina Abramovic, mas o Museu em si também é muito bonito e os jardins são fantásticos.

Vi também a exposição Monet no Grand Palais, que é a exposição do momento em Paris e dei um pulo à Paris Photo (e digo um pulo, porque era tanta gente que não aguentei mais de hora e meia). Ainda assim pude rever fotos da Marina Abramovic (sim, outra vez) e da Shirin Neshat e descobri alguns outros fotógrafos que vou passar a seguir: Robert Polidori, Cristina Lucas, Rita Barros (fotógrafa portuguesa, representada pela Galeria Pente 10), Sabine Dehnel, Fausta Facciponte e Mohamed Bourouissa.

Marina Abramovic

Mohamed Bourouissa

No sector espectáculos vi Le Tangible da companhia Belga Stan (sofrível), C'est comme ça et me faîtes pas chier do espanhol Rodrigo Garcia (embora não me fascine a estética caótica, tenho que admitir que foi um bom espectáculo, ainda que o discurso do senhor seja do género "não gosto do público que vem aos espectáculos, uma burguesia armada em intelectual, gostava de ver um taxista nos meus espectáculos", mas depois apresenta um espectáculo que meu amigo, não é o taxista que o vai perceber), El viento en un violin do argentino Claudio Tolcachir (genial o espectáculo, os actores vieram 6 vezes agradecer, o público estava eufórico), Soapera dos franceses Mathilde Monnier e Dominique Figarella e ainda Une Flute Enchantée encenada por Peter Brook.

Hoje foi dia de cinema. Fui ver L'homme qui voulait vivre sa vie, com o giraço do Romain Duris. Muito bom o filme e o rapaz... enfim, lava a vista.

Hoje acenderam-se as iluminações de Natal em Paris... a cidade fica ainda mais bonita.

Ah e ontem na lavandaria... perdi duas meias... de pares diferentes...

E assim vai Paris...