quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Frost / Nixon, do teatro para o cinema

Em Novembro de 2006 vi em Londres uma peça de Peter Morgan, encenada por Michael Grandage, sobre a histórica entrevista que Richard Nixon deu a David Frost. Os actores eram Frank Langella (Nixon) e Michael Sheen (Frost). Na altura lembro-me que saí da peça cansado, porque nos era dada tanta informação, a um ritmo alucinante. Lembro-me de um texto muito bem escrito e de excelentes interpretações.
E foi com esta memória que fui agora ver o filme Frost / Nixon, realizado por Ron Howard (e creio que com argumento adaptado pelo próprio autor, Peter Morgan). Os actores que interpretam Nixon e Frost são exactamente os mesmos (o que para mim foi mais uma razão para ver o filme)... mas curiosamente, o que funcionou tão bem em teatro não resultou no cinema – o ritmo. O filme torna-se chato, sendo que optaram por alguns fait divers que na peça não têm relevância. E há uma série de informações de backstage, que nos ajudam a conhecer as políticas de Nixon e que no filme são reduzidas a... comentários de corredor. Os actores continuam fantásticos, mas nem isso salva o filme de ser monótono.

1 comentário:

João Roque disse...

Uma peça de teatro e um filme têm diferentes "timings", e raras vezes a versão cinematográfica sai vencedora, pois ou é puro teatro filmado, ou então se entra na tal dificuldade de "alargar" aos meios cinematográficos, algo que foi expressamente escrito para caber apenas num palco...
No entanto, continua a ser sedutor fazê-lo!
Abraço.