Em
Novembro de 2006 vi em Londres uma peça de Peter Morgan, encenada por Michael Grandage, sobre a histórica entrevista que Richard Nixon deu a David Frost. Os actores eram Frank Langella (Nixon) e Michael Sheen (Frost). Na altura lembro-me que saí da peça cansado, porque nos era dada tanta informação, a um ritmo alucinante. Lembro-me de um texto muito bem escrito e de excelentes interpretações.
E foi com esta memória que fui agora ver o filme
Frost / Nixon, realizado por Ron Howard (e creio que com argumento adaptado pelo próprio autor, Peter Morgan). Os actores que interpretam Nixon e Frost são exactamente os mesmos (o que para mim foi mais uma razão para ver o filme)... mas curiosamente, o que funcionou tão bem em teatro não resultou no cinema – o ritmo. O filme torna-se chato, sendo que optaram por alguns
fait divers que na peça não têm relevância. E há uma série de informações de
backstage, que nos ajudam a conhecer as políticas de Nixon e que no filme são reduzidas a... comentários de corredor. Os actores continuam fantásticos, mas nem isso salva o filme de ser monótono.