Há uns dias atrás acordei com uma notícia que me deixou triste. Tinha a ver com a relação de pessoas que me são próximas e que estão a atravessar uma fase menos positiva. Aquilo mexeu comigo, fiquei muito abatido. Mandei logo de manhã uma mensagem ao meu namorado a dizer que o amava muito (à qual ele respondeu com o seu habitual sentido de humor: "logo pela manhã?". Sempre... respondi eu.). Foi um acto reflexo... mas passei o dia a pensar nisto e nos limites até aos quais devemos comprometer a nossa personalidade para o bem de uma relação. Sim, porque isto do "tem de me aceitar como sou, para o bem e para o mal" é muito bonito na teoria, mas na prática... Uma querida amiga minha dizia-me, pouco tempo depois de se casar, já lá vão... nem sei bem quantos anos, mas já devem ser 7 ou 8, que quando foram morar juntos, ela e o marido, tiveram que ceder em pequenas coisas, relativizar... É uma arte, disse-me ela. Comigo e com o meu miúdo os "limites" foram-se impondo naturalmente, pouco a pouco, mas muito provavelmente o facto de não morarmos juntos ajuda, o facto de não criarmos uma rotina... Acreditar que uma relação existe por isso só, não me parece muito saudável, acabará sempre por cair no "seguro e garantido" e parece-me que é aí que a maioria peca. É preciso investir, todos os dias... mas até que ponto? Até onde devemos comprometer o nosso "eu" em favor do nós?
segunda-feira, junho 24, 2013
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13 comentários:
Enquanto o teu "eu" não se sentir comprometido por esse "nós". Isto é, enquanto fizer sentido, até onde fizer sentido, para o teu bem. Quando o teu "eu" se sentir mal por esse "nós" não faz sentido, certo?
Mas calma, cedências (que não sejam vividas como graves) fazem parte de uma relação, parece-me...
Sim sim Ricardo, eu nem questiono isso. É normal que assim seja... mas, como definimos o limite? E sei que é uma questão que cada um terá de resolver por si, mas a maioria das pessoas não percebe que já passou esse limite... e que depois é irreversível. Este casal por exemplo, pareciam levar uma vida cor-de-rosa... e de repente, percebes que há uma mancha... que eles próprios só perceberam essa mancha agora... que provavelmente foi a tempo de corrigirem... mas não ficará esta mancha para sempre? Não poderiam ter tido um alerta?
Bem, como dizes, penso que o limite é uma questão que cada um terá de resolver por si, para si.
Mas isso é como tudo na vida não é?
Porquê é que perceberam a mancha apenas agora? Não estavam atentos, desleixaram-se? Alguma coisa mudou?
A mancha ficará para sempre? Isso é o que eles saberão, terão de decidir, como resolvem as coisas e o que querem aceitar para a sua vida, ou não.
Poderia ter existido um alerta? Não sei, poderia? Se estivessem mais atentos aperceber-se-iam mais cedo? Só agora é que fez sentido olharem para isso?
A vida não vem com avisos, não é?
E não sabemos o que está a diante ou quando as manchas vão surgir... Só podemos fazer análises retrospectivamente, right?
A vida vem com muitos avisos... imensos! Está na capacidade de cada um (mais uma vez) estar disponível para os ver... só isso.
No que toca a relações... um dos elementos dessa relação dizia-me hoje, uma valsa dança-se a dois. E o segredo parece-me ser esse. Respeitar que é uma dança a dois. E não querer conduzir a dança por si só...
Mas o teu título diz tudo: Compromisso!
E acho que tens toda a razão, é uma dança a dois, um compromisso a dois.
:) é isso... e sei que são questões de retórica... que cada um terá de encontrar a sua verdade... :) ou melhor, a sua dança! ;)
é complicado. Também dou por mim a pensar neste dilema por diversas vezes e sei que anulo um pouco da minha personalidade quando estou com ele. Sou muito mais permissivo com ele, principalmente quando ele me contraria, e gosto de pensar que é "relativizar" por um bem maior, como diz a tua amiga. Mas nunca conformismo.
Disseste aí em cima algo que é fundamental - respeitar o outro.
Enquanto isso acontecer, e a forma é diversificada e stá incluída no tal compromisso, tudo estará bem.
Crises? Eu não chamo crises a amuos ou pequenas divergências, poissão esses e essas que fazem evitar as crises.
Avisos?
Há-os decerto, e têm que ser debatidos a dois, sob pena de se transformarem em dúvidas, e as dúvidas são o princípio do fim de uma relação.
Speedy, pois, essa história do conformismo é que me parece que "trama" tudo!
João, eu sou mesmo apologista do respeito acima de tudo. E quer-me parecer que será uma coluna basilar de uma relação. :)
Tanta aula teórica.
A única forma de saber é mesmo nas aulas práticas. E nelas, tudo pode acontecer. Não há leis sobre limites.
É verdade Alex, muita teoria... mas parece-me que a prática sem um pouco de teoria também não tem bons resultados. Diria mesmo que a teoria nos oferece algum conhecimento para não colocar determinados limites na prática.
Sabes, na minha estadia no Alentejo, havia algo que eles diziam e que me fez muito sentido: quando um não quer, dois não dançam... Mesmo a propósito. ;) Sem ler, acabei por entrar em caminhos que já eram comentados. O dilema é sempre uno e sempre único, com dilemas que são únicos. Eis a beleza e o dilema de cada um: Quem nos completa? Quem nos alegra o momento? Quem de nós consegue vislumbrar o futuro, como algo desejado e apetecível? Essa reflexão é um caminho que cada um tem de percorrer e encontrar o seu cantinho. ;)
F.C.
Verdade F.C. :) Verdade!
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