quarta-feira, julho 31, 2013

Maman

Fui buscar a minha mãe ao aeroporto, almoçámos e ela apanhou o comboio para o Algarve. Está um pouco abatida, cansada, mas ainda assim sorri. Tem a cara da minha avó... É uma mulher fantástica a minha mãe. Mesmo!
Conversámos sobre o funeral, a morte, essas coisas... e percebi que para além da perda da mãe dela, também houve uma perda de uma geração... o meu avô faleceu e não tinha irmãos, o irmão da minha avó também faleceu há uns anos e restava a minha avó. Doente, sem uma identidade é verdade, mas era o símbolo de uma geração da família que se foi... uma geração que viveu a Segunda Guerra Mundial (a minha avó e o irmão estiveram presos num campo de concentração), uma geração que batalhou para criar uma família imensa (a minha mãe tem 6 irmãos), uma geração com uma vivência tão diferente da nossa...

2 comentários:

João Roque disse...

É uma situação muito curiosa a que aqui trazes.
Era eu muito miúdo e quando morreu o meu último bisavô recordo uma frase do meu Pai: "agora é a geração dos meus pais".
Pois, ao fim de tantos anos essa geração de que o meu Pai falava, já desapareceu por completo e da geração seguinte, a geração dele, restam três pessoas: a minha Mãe, com quase 91 e duas tias, com 80 e muitos...
Depois é a minha geração, da qual sou o mai velho, visto a minha irmã mais velha ter falecido há 3 anos, por doença e mesmo desta já há a contabilizar mais 3 partidas, todas elas por suicidio...
Esta coisa das gerações...

iLoveMyShoes disse...

São referências que se perdem...