Quando regressei liguei-lhe mas não me atendeu... não dei importância, a criança tinha acabado de nascer, ela estaria certamente com a cabeça ocupada. O tempo passou e voltei a ligar... nada. E os meses foram passando... Eu a ligar e ela nada... No início de Agosto, voltei a tentar ligar e nada. O cromossoma de mau feitio baixou em mim e mandei-lhe um sms pouco simpático que acabava com "(...) quando quiseres diz coisas...". Mas algo não estava bem. Ela, tal como eu, não é rapariga de amuar e não dizer nada... vai tudo à frente... por isso não poderia ser nada comigo... comecei a pensar que a criança poderia estar doente... ou pior. Pensei que ela poderia estar em depressão pós-parto... Enfim, a minha cabeça não parou. E ontem mandei-lhe um e-mail, muito formal (sim, o cromossoma do mau feitio voltou a descer sobre mim)... mas surtiu efeito... E de facto a vida dela deu uma volta imensa... o pai da criança abandonou-a (a ela e à criança). Fez-lhe a vida negra durante a gravidez, levou-lhe meia casa (sendo que era tudo dela), ela não conseguiu renovar a bolsa (é cientista). Acabou por ir para o Algarve (de onde ela é) não só para fugir a tudo isto, mas também porque o pai dela tem cancro...
Irrita-me pensar que ela não me ligou a pedir ajuda ou pelo menos para desabafar... Mas ao mesmo tempo sorri... porque eu teria feito o mesmo, não gosto de vomitar os meus problemas sobre os outros. Somos de facto muito parecidos.
Não sei o que fazer para a ajudar... mas hei-de encontrar maneira.
3 comentários:
sim, a vida dela deu uma volta muito mázinha, mostra-lhe que pode contar contigo!
os amigos servem para isso, são o nosso apoio.
Se são como dizes, muito parecidos, pensa como gostarias de ser ajudado, numa situação semelhante. (lagarto...lagarto...)
O que é tramado é que eu no lugar dela quereria para já que me deixassem em paz... e eu sei que é isso que ela quer agora... Como por telefone ela não atende, mandei-lhe outro e-mail, de coração aberto. É a nossa maneira de dizer - estou aqui para o que quiseres!
Enviar um comentário