Ontem tive uma reunião surpreendente. No trabalho estamos a desenvolver um projecto de combate ao isolamento social (não é a nossa missão primordial, mas há preocupações). Marquei para ontem uma reunião com uma associação que trabalha com pessoas com necessidades especiais (estas terminologias são tramadas). À hora marcada as duas senhoras apareceram. O segurança ligou-me a avisar e quando eu lhe pedi para encaminhar as senhoras para a sala de reuniões ele diz-me: Mas uma das senhoras está em cadeira de rodas... Fiquei gago. Nem me ocorreu que isso pudesse acontecer. A nossa sala de reuniões só tem acesso de escadas... outro sítio onde se poderia reunir estava ocupado àquela hora... tive de improvisar e montar em 5 minutos uma mini sala de reuniões num foyer. E depois a reunião em si... a senhora que estava na cadeira de rodas tinha também dificuldades em expressar-se, mas foi uma das reuniões mais fascinantes que tive até hoje. A naturalidade com que ela lida com as suas incapacidade e a forma divertida com que reage às constantes gafes cometidas por terceiros em relação a ela (eu incluído) é invejável. Ainda nos rimos bastante e é uma mulher muito prática, quando acabámos a reunião diz-me: E agora, avançamos? Eu disse que sim. Ela sorriu e acrescentou: Mas devagar que as minhas rodas são pequenas.
terça-feira, agosto 18, 2015
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4 comentários:
que historia fantástica. é tão bom viver esses momentos. há pessoas mesmo especiais no mundo - e normalmente vêm no 'invólucro' mais improvável. ainda nao perdi a conta a esses pequenos acontecimentos mas um dia vou perder e... vai ser bom sinal. acompanho o teu blog e p.f. nao deixes de escrever, de partilhar estas histórias que me fazem acreditar que a vida pode ser uma 'coisa' simples mas feliz! Parabéns!
Luís Filipe.
Obrigado Luís :)
São estas pessoas um motivo de apreciação para mim porque conseguem adaptar a sua vida às limitações que surgiram. Tomara eu ser assim, às vezes, em situações que não são nada em comparação com esta.
Se precisares de ajuda com as acessibilidades, apita! Não sou especialista, mas é o meu trabalho diário!
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