O Natal passado foi particularmente difícil. Correu bem, não houve nada de particularmente anormal, mas os dias que passei em casa dos meus pais no Algarve tornaram evidente uma realidade que eu negava. O envelhecimento dos meus pais. É verdade que nos últimos anos e sobretudo durante o período da pandemia, senti que eles tinham envelhecido. Mas nestes dias percebi as mazelas físicas e de memória. E isso custou-me muito, acho que não estava preparado para enfrentar essa realidade. O meu irmão relativiza, diz que é normal. Talvez o facto de ele viver perto deles atenue estas questões. Eu vejo-os de 2 em 2 meses mais ou meses. E nesses dias foi um choque. Chorei todo o caminho de regresso a Lisboa e fui direto para casa do meu namorado chorar no seu colo. Estava a precisar. Pensei em ir mais vezes ao Algarve, mas não sentia as forças necessárias para o fazer. Como se costuma dizer, já ajuda muito quem não atrapalha. No fim de fevereiro, quando fui visitá-los a impressão que tinha tido 2 meses antes atenuou. É um processo. Acho que neste momento já o consigo enfrentar de uma forma diferente. Vou tentar estar mais presente, à minha maneira...
Seremos sempre uma eterna promessa.
Há 1 dia
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